Vivemos em um contexto em que as mulheres têm se posicionado para lutar por seus direitos e pela igualdade de gêneros. Mas, mesmo em uma época como a nossa, ainda existe um tabu em torno da amamentação em público.

Muitas mulheres já foram constrangidas com olhares reprovadores e críticas que apontam o ato de amamentar como falta de respeito ou exibição desnecessária.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que as crianças devem ser alimentadas exclusivamente com leite materno até os 6 meses. A solução, então, seria que as mães ficassem durante todo esse tempo reclusas, sem sair de casa? Ou se restringissem a amamentar somente em locais fechados?

Esse cenário vem mudando, graças ao empoderamento feminino e ao apoio de outras mães. Hoje em dia, também existem leis que garantem o direito de amamentar em qualquer lugar. Continue lendo e saiba mais sobre o assunto!

O corpo feminino

Apesar de algumas mudanças já visíveis, ainda vivemos em uma sociedade machista, que tende a hipersexualizar e objetificar o corpo da mulher. Produtos que atraem a atenção — principalmente do público masculino —, como carros e cerveja, ainda se utilizam desse artifício em comerciais, por exemplo.

O seio feminino é erotizado, e o masculino não. E mesmo que durante a amamentação apenas parte dele fique à mostra, isso choca a sociedade, graças a uma cultura do pudor bastante ancestral.

A funcionalidade original do seio feminino precisa ser vista: é a nutrição e alimentação do bebê. Não há nada mais instintivo e natural do que essa troca entre mãe e filho, o que ocorre desde o início dos tempos.

Direito por lei

Em abril de 2017, foi sancionada a lei Nº 13.435, que institui o mês de agosto como o Mês do Aleitamento Materno. A intenção é que nesse período sejam realizadas ações de divulgação, palestras e eventos para conscientizar e esclarecer sobre a importância da amamentação.

Além disso, de 2015 para cá, vários estados brasileiros decretaram que as mulheres têm o direito de amamentar em qualquer local, fechado ou aberto, público ou privado, independentemente da presença de pessoas de qualquer idade, gênero e sexo.

Na cidade de São Paulo, a lei Nº 16.161, de 13 de abril de 2015, defende esse direito da mulher e ainda estipula uma multa para quem impedir o mesmo.

No estado do Rio de Janeiro, a lei Nº 7.115, de 24 de novembro de 2015, também garante o direito da amamentação em público sob pena de multa para quem impedir.

Em Minas Gerais, foi sancionada em 2016 a lei Nº 22.439, que garante à lactante a escolha do local para amamentar. A multa para quem proibir ou constranger o ato da amamentação é de R$ 975,42 — dobrando no caso de reincidência.

Empoderamento entre mulheres

O mundo ainda está mudando a cultura em torno do assunto amamentação em público, e por isso é importante que as mães se empoderem e tenham confiança para defender seus direitos.

Para incentivar essa mudança de visão, várias famosas já publicaram fotos amamentando seus bebês, alegando que não há nada de sexual na imagem. Entre elas estão Gisele Bündchen, Miranda Kerr, Gwen Stefani e Angelina Jolie.

Ao amamentar seu filho em público, a mulher tem que estar ciente de que não está fazendo nada de errado. Dessa forma, terá tranquilidade para lidar com atitudes de reprovação.

Ao ter os direitos restringidos, a lactante pode denunciar o ato. Caso ocorra algum constrangimento ou proibição em local público, é importante registrar um boletim de ocorrência.

Restou alguma dúvida sobre amamentação em público ou tem algo para acrescentar sobre o assunto? Compartilhe conosco no espaço para comentários!