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Para falar sobre o que é autismo, primeiramente vamos mostrar um pouco da sua história. Ao contrário do que muitos pensam, o autismo não é uma condição nova. Ele existe há bastante tempo e atinge pessoas de todas as classes, países e culturas. Contudo, sua denominação e reconhecimento pelo meio científico se deu apenas em meados de 1940. Antes disso, os relatos eram poucos e a visão da doença era diferente da atual.

Os psiquiatras Leo Kanner e Hans Asperger, apesar de estarem em localidades diferentes, o primeiro nos Estados Unidos e o segundo na Áustria, descreveram o autismo quase que simultaneamente. Sem o conhecimento das obras um do outro, ambos disseram das mesmas condições encontradas em indivíduos com esse transtorno.

Atualmente, psicólogos e psiquiatras de todo o mundo utilizam o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para diagnosticar transtornos psíquicos e do neurodesenvolvimento. Esse guia relata, de forma detalhada, as características diagnósticas, as possíveis causas e formas de tratamento, entre outros aspectos da doença.

Em sua edição mais recente, o DSM alterou o nome de transtorno autista para transtorno do espectro autista, o TEA. Essa nova classificação agrupa os transtornos do neurodesenvolvimento que têm sintomas semelhantes, como o autismo, a síndrome de Asperger, a síndrome de Rett e o transtorno desintegrativo da infância.

Quer saber mais sobre o que é autismo, suas causas, tratamento etc.? Então, continue a leitura e tire suas dúvidas!

O que é autismo?

O autismo é uma desordem neurobiológica, um transtorno do desenvolvimento que afeta as relações interpessoais do indivíduo.

A palavra “autismo” vem do grego “autós”, que significa “por si mesmo.” Assim, a principal característica do autista é ser voltado para si próprio, ou seja, ele se isola do mundo externo ao seu corpo e à sua mente. Outros sintomas que caracterizam esse transtorno são, basicamente:

  • déficits na comunicação (dificuldades na fala, audição e interpretação);
  • dificuldade de aprendizado;
  • restrições sociais (dificuldade em interagir, iniciar e/ou manter uma conversa);
  • comportamentos repetitivos;
  • pouca ou nenhuma habilidade em expressar emoções, sentimentos e ideias;
  • pouco contato visual;
  • movimentos estereotipados (por exemplo, balançar o corpo para a frente e para trás de forma repetitiva);
  • intenso interesse em um único objeto (brincar apenas com um brinquedo ou com parte dele);
  • não conseguir fazer abstrações (interpreta tudo de forma literal);
  • não gostar de demonstrações afetivas e contato físico;
  • não responder quando está sendo chamado, mesmo que de perto;
  • sensibilidade sensorial (em um ou mais dos cinco sentidos — visão, olfato, audição, tato, paladar — por exemplo, pode não suportar barulhos).

Autismo infantil

O TEA é uma condição que acompanha o indivíduo desde o nascimento até a idade adulta. Não há cura, mas o diagnóstico precoce e os acompanhamentos médicos, psiquiátricos e psicológicos podem auxiliar tanto quem tem a doença quanto a família.

O sexo mais atingido pelo TEA é o masculino. Meninos são quatro vezes mais diagnosticados com a doença do que as meninas. Os sintomas podem ser observados desde a mais tenra idade, em média até os três anos.

O que é autismo leve?

Segundo o DSM-5, o autismo possui três níveis de gravidade:

  • nível 1 – “Exigindo apoio”;
  • nível 2 – “Exigindo apoio substancial”;
  • nível 3 – “Exigindo apoio muito substancial”.

Em geral, as pessoas com autismo têm os mesmos indicadores do transtorno. Porém, quanto maior o nível da doença, mais graves e mais intensos serão os sintomas apresentados. O nível 1 é o estágio mais leve da doença. Seus sintomas podem estar presentes desde os primeiros dias de vida, mas tornam-se mais visíveis aos outros à medida que a criança se desenvolve. Pessoas com esse nível de autismo costumam desenvolver suas atividades diárias sem grandes problemas, podendo chegar a ter uma vida relativamente “normal”.

O que pode causar o autismo?

Toda criança pode ter a doença. Não existe um fator específico desencadeante do transtorno. O TEA pode ter causas genéticas, mas, também, pode ser causado por questões ambientais. Nesse quesito, não há especificidades, os causadores podem ser baixo peso ao nascer, idade avançada dos pais, complicações durante a gravidez ou parto e exposição do feto ao ácido valproico, entre outros.

Será que meu filho tem autismo?

Infelizmente, ainda não há exames que diagnostiquem o autismo. Sua determinação se dá apenas pela observação dos comportamentos e na avaliação médica, que consiste em entrevistas com pais e/ou responsáveis e aplicação de testes.

Para descobrir se seu filho tem ou não autismo é imprescindível uma observação mais atenta. Ao perceber comportamentos diferentes dos da maioria das crianças, como dificuldade em fazer amizades, dificuldade em se expressar com palavras, preferência por brincar sozinho etc., procure um pediatra para que o profissional faça investigações mais detalhadas.

A escola é uma grande aliada no processo de descoberta. Em alguns casos, é nela que se percebe primeiro a diferença da criança autista em relação às outras. Portanto, manter um diálogo com os professores e saber como seu filho se comporta no ambiente escolar é fundamental.

Quais são os famosos que têm filho autista?

Alguns famosos são conhecidos por serem pais de autistas e verdadeiros militantes a favor da divulgação e da compreensão da causa. Veja alguns:

O humorista e apresentador Marcos Mion é pai de Romeo. O artista já deu várias declarações emocionadas a respeito do filho. Recentemente, Mion escreveu o livro A Escova de Dentes Azul, no qual relata sua vivência com o filho.

O ator John Travolta teve um filho autista chamado Jett, que morreu aos 16 anos. Travolta declarou que Jett era “o filho mais maravilhoso que ele poderia pedir”.

Sylvester Stallone teve um filho diagnosticado aos três anos com autismo. Hoje, ele está com 32 anos de idade e o pai o protege da mídia.

Jô Soares, também, era pai de um autista. Seu filho, Rafael Austregésilo Soares, o Rafinha, adorava música e rádio. Jô o amava muito e fez uma declaração emocionada em seu programa quando o filho morreu, aos 50 anos, em outubro de 2014.

Qual é o tratamento para autismo?

Como no caso de pessoas sem nenhum tipo de transtorno, cada autista é único. Portanto, cada indivíduo terá um tratamento mais adequado para si. Não há medicamentos para tratar especificamente o autismo. Contudo alguns remédios podem ser indicados, caso o paciente apresente outros distúrbios relacionados ao transtorno, tais como agressividade, hiperatividade, compulsões etc.

Na maioria dos casos, o tratamento para o TEA é multiprofissional e envolve a realização de exercícios diários de acordo com a necessidade de cada pessoa. Várias terapêuticas podem ser utilizadas, como fonoaudiologia, psicoterapia, musicoterapia e fisioterapia, entre outras.

A alimentação é um ponto importante a ser considerado no tratamento do TEA. Alguns alimentos, como o leite, por exemplo, parecem ser inofensivos, mas podem trazer prejuízos significativos para as crianças com a doença. O ideal é que um médico especializado prescreva a dieta a ser seguida. Os alimentos orgânicos, os ricos em ômega 3 e os antioxidantes devem estar no cardápio com frequência.

A rotina é algo de que os autistas necessitam. Mudar os móveis da casa ou colocar o portador de TEA diante de situações novas, sem prepará-los para tal, por exemplo, pode gerar grande estresse, agitação e piora em seu quadro clínico. É preciso que se procure maneiras de inseri-los em meios sociais como escola, família e incentivá-los a interagir com outras crianças, mas sempre de forma gradual e orientada por profissionais.

Com os tratamentos adequados o autista pode ter uma vida tranquila. O maior problema não é o transtorno, mas o preconceito e a falta de informação.

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