Meu filho não fala! Dicas para estimular a fala do bebê

Meu filho não fala! Dicas para estimular a fala do bebê

Aqueles primeiros balbucios podem não conter nenhuma palavra, mas eles já são a primeira conversa com seu bebê. Muito carinho, cumplicidade e confiança são os ingredientes básicos para essa troca, que não precisa de nenhum manual que auxilie na compreensão, mas que é capaz de transmitir todo o amor envolvido.

As primeiras palavras do bebê soam como música aos ouvidos dos pais e da família. O momento em que o fofinho articula a primeira palavra que a família consegue entender é muito especial e faz da maternidade uma fonte de surpresas e de encantamento.

Na fase de aquisição da linguagem, os pais preocupados com o desenvolvimento dos filhos costumam se perguntar se o filho está indo bem e dentro do estágio esperado para a sua idade. Vamos começar nosso post falando sobre como a criança começa a desenvolver a habilidade da fala. Depois, daremos algumas dicas de como estimular o bebê a falar.

A linguagem de seu bebê está no estágio esperado?

Cada bebê tem seu próprio ritmo. Alguns começam a falar mais cedo, outros demoram um pouco mais, então não fique preocupada só porque o pequeno da sua amiga fala muito e o seu ainda não parece disposto a abrir a boquinha para falar mamãe. O pediatra vai observar e dizer se seu filho está se desenvolvendo bem ou se precisa de alguma ajuda extra.

Para que você possa acompanhar o desenvolvimento dele com mais tranquilidade, veja abaixo qual é o desempenho esperado de seu bebê, de acordo com a clínica americana Mayo Clinic:

3º mês de vida:

  • o bebê sorri quando te vê;
  • reage quando ouve sons mais altos;
  • emite sons desconexos;
  • fica quieto ou sorri quando alguém fala com ele;
  • parece reconhecer sua voz;
  • o choro é diferente para cada necessidade.

6º mês de vida:

  • o bebê emite sons quando brinca com você ou quando está sozinho;
  • balbucia e emite uma variedade maior de sons;
  • usa a voz para demonstrar prazer ou desconforto;
  • olha na direção dos sons que ouve;
  • reage a mudanças no tom de sua voz;
  • percebe os sons de brinquedos sonoros;
  • presta atenção na música.

Final do 1º ano de vida:

  • tenta imitar palavras;
  • fala as primeiras palavras, como mamã e papá;
  • entende instruções simples como “Vem cá!”;
  • reconhece algumas palavras simples, como pé, mão, boca;
  • volta-se para a direção dos sons;
  • é capaz de entender o “não”.

Por volta dos 18 meses de vida:

  • é capaz de apontar objetos quando você falar o nome do objeto;
  • reconhece nomes de familiares, objetos e partes do corpo;
  • entende instruções que são faladas e acompanhadas por gestos;
  • fala cerca de dez palavras.

Com dois anos de idade:

  • forma frases simples;
  • faz perguntas com uma ou duas palavras;
  • entende instruções simples sem a ajuda de gestos;
  • fala cerca de 50 palavras.

Observe as reações de seu filhinho desde cedo. Se perceber algum atraso no processo da fala, converse logo com o pediatra, pois isso pode estar relacionado a problemas auditivos que precisam ser diagnosticados o quanto antes.

Como estimular o bebê a falar?

Todo estímulo que o recém-nascido precisa para falar está no ambiente e na rotina de cuidados proporcionados pelos pais. Por isso, pode ter certeza que seu bebê desenvolverá a fala no tempo certo. Mas se o que você quer é tornar o processo de domínio da fala ainda mais simples e natural, separamos algumas dicas para mamães que podem ajudar muito na aquisição da linguagem.

Os pais, parentes e adultos que interagem com o pequenino podem fazer muita diferença na fase de desenvolvimento da fala do bebê. Basta adotar algumas atitudes simples ao lidar com ele no dia a dia. Veja exemplos do que todos podem fazer para transformar seu bebê em um adorável tagarela e manter divertidas “conversas” com ele.

Converse com o bebê

A primeira dica, bem óbvia, é essa: fale com ele. Você já sabe que as crianças aprendem por imitação, então quanto mais ele te ouvir falando mais vai tentar te imitar. Fale devagar e olhando em seus olhos, assim ele verá os movimentos de sua boca enquanto ouve o som.

Justamente porque ele vai tentar te imitar, pronuncie as palavras corretamente. Não use conversa infantilizada, fale com ele naturalmente, use o nome certo das coisas e fale na primeira pessoa. Diga “Eu vou te dar banho” e não “A mamãe vai dar banban”.

Fale sobre os cuidados de rotina

A rotina com a criança exigirá muitas ações: pegar, trocar, dar banho, alimentar. Ao se dirigir ao bebê para executar cada uma delas, diga o nome dele e o que vai fazer. É claro que essa interação não deve ter a formalidade de um relatório, mas um tom afetuoso.

Narre sua rotina, descreva o que você está fazendo: “Agora vamos escolher sua roupa para o aniversário da vovó. Olha que linda blusa azul!”  Ao passear no parque, aponte os animais, as árvores e as flores e fale um pouco sobre cada coisa. Ele pode não entender, mas seu cérebro já estará gravando as informações. Quando menos você esperar, ele vai te surpreender ao apontar para o objeto e repetir o nome.

Verbalize suas ações. Se o bebê apontar para um brinquedo, não o entregue mecanicamente em silêncio. Pegue a boneca e pergunte “Você quer a boneca? Quer?” Insista para que ele responda. A resposta pode demorar algum tempo para acontecer, mas virá.

Essa troca promove a interação linguística e, com o tempo, você perceberá que o bebê se sente mais seguro quando você antecipa suas ações e até cria expectativas!

Brinque com seu filho

Brinque muito com ele. Um ambiente de tensão e seriedade não é benéfico para o desenvolvimento de seu filho. Sente-se no chão com ele, participe da brincadeira, descreva as cores e as formas dos brinquedos. Use as palavras dentro de um contexto: rolar a bola e dizer “Olha a bola vermelha rolando” é mais eficaz do que simplesmente apontar para a bola e dizer “bola vermelha”.

Apresente o mundo e os objetos

Essa instrução serve para os objetos que o cercam e também para o corpo da criança. Ao dar um objeto para o bebê segurar, nomeie-o. Mostre e diga a ele que está pegando um copo, por exemplo.

Esse mesmo princípio vale para partes do corpo. Durante o banho, troca de roupas ou fraldas, você pode segurar o pé enquanto diz que vai lavá-lo, pegar o braço enquanto fala que vai vestir uma blusinha. Aos poucos a criança associa o nome à parte do corpo.

Imite o bebê

Muito do que os recém-nascidos aprendem a fazer é por imitação. Isso acontece com o sorriso, com caretas e também com a fala.

Por isso, imite os sons que o seu bebê produz. Além de sentir prazer em ouvir sua voz imitando-o, ele vai se sentir estimulado a reproduzir os sons que você emite. Esse é um passo importantíssimo para ele começar a falar.

Cante muito

Nada é mais eficiente do que a música para que a criança comece a identificar sons parecidos ou diferentes. Além do estímulo sensorial agradável e da métrica, a rima ajuda a despertar a consciência dessas semelhanças e da melhor forma de articular os sons.

As cantigas infantis com estribilho que se repete muitas vezes são mais fáceis de gravar. Logo logo ele aprende a cantar a sílaba tônica das palavras e vocês dois vão formar uma dupla de cantores compartilhando um aprendizado delicioso!

Pode parecer difícil, mas tente conter o excesso de entusiasmo quando ele falar as primeiras palavras. Se você começar a gritar eufórica, batendo palmas e chamando a família toda para comemorar, o bebê pode se assustar e ficar retraído, em vez de se sentir estimulado.

Por isso, invista em música infantil de boa qualidade. Cante para o bebê e, depois, com ele; essa atitude estimula a fala e produz inúmeras conexões importantes no cérebro, desenvolvendo a inteligência.

Conte histórias

Além do contato com as palavras, ouvir histórias desperta a curiosidade pela linguagem. As histórias também permitem variações de tons que expressam emoções, o que encanta a criança e faz com que ela aprenda melhor e mais rápido.

Use e abuse dos livros com figuras. Além de despertar o interesse da criança, eles permitem que, por meio da ilustração, ela conheça objetos com os quais têm pouco contato ou que dificilmente encontraria em seu mundo real.

Use o contexto

Crianças não são papagaios, e por isso aprendem muito melhor quando a palavra é associada a um contexto.

Quando os pais apontam para os objetos nomeados, a aprendizagem se torna mais fácil. Porém, eles não devem estimular a criança a apontar, indicando o dedo para o que querem, pois dessa forma os bebês demoram mais para se comunicar por meio da fala.

Mas não tente dissimular suas emoções. A tonalidade de sua voz mostra quando está cansada, alegre ou triste, então não tente disfarçar seu estado de espírito. Assim, desde cedo seu bebê vai se acostumando a decodificar as emoções que a voz humana transmite.

Leia para o seu filho

Leia histórias para o bebê. Use variadas entonações de voz para falar como os diferentes personagens. Use tom mais grave para falar como o leão e mais agudo para fazer a voz da galinha, por exemplo. O momento ficará mais divertido e estimulante!

Convivência com outras crianças

Incentive a convivência e as conversas com as outras crianças. Estimule a irmã ou irmão mais velho a conversar com o bebê. As crianças se entendem muito bem! Já notou que algumas vezes o adulto não entende o que o bebê fala e quem “traduz” é a criança maior? Além de tudo, os irmãos e primos vão se sentir importantes ao receber a missão de estimulá-lo!

Respeite a hora de ouvir

Mesmo que a criança não diga uma única palavra, ela interage durante a conversa fazendo uso de gestos, expressões faciais, balbucios e risadas. Não a interrompa quando ela estiver se comunicando assim. Seja educado e espere sua vez de falar!


Gostou das nossas dicas para mamães estimularem a fala de seus bebês? Então aproveite essa fase deliciosa para promover o desenvolvimento do seu filhote! Para saber um pouco mais sobre o assunto, confira este post sobre como estimular a inteligência do seu filho!