A amamentação é um momento especial para todas as gestantes. Além de estreitar o vínculo entre mãe e filho, esse gesto tão poderoso também fortalece a saúde de ambos. No entanto, muitas mães não conseguem amamentar os seus filhos por diversos motivos. E, para ajudar essas mulheres, surgiram as iniciativas de aleitamento materno solidário.
Se você está amamentando e tem bastante leite, é provável que possa se tornar uma doadora e atenuar a angústia de algumas mães. Leia este post, saiba mais sobre essa atitude tão nobre e, quem sabe, engaje-se nesse movimento que ganha mais adeptas a cada dia:
A importância do aleitamento materno
Todos sabemos que o aleitamento materno é fundamental para a saúde do bebê, sobretudo durante os seus primeiros meses de vida. O que muita gente não sabe, no entanto, é que dar de mamar também é benéfico para a saúde da mãe.
Isso acontece porque a sucção do bebê estimula a contração do útero, prevenindo hemorragias e a consequente anemia materna. Além disso, essas contrações também favorecem a diminuição do abdômen da mãe. Por isso, pode-se estimular o aleitamento logo após o nascimento, ainda na sala de parto.
Outro fator favorável ao aleitamento é sua praticidade e economia: como o leite é produzido naturalmente pelo corpo da mãe, não há necessidade de gastos com outros alimentos para a criança (a menos que seja recomendado pelo médico pediatra).
Além disso, a mãe não precisa se preocupar com a higienização e o preparo de mamadeiras, uma vez que o leite já sai da mama na temperatura perfeita para a criança.
Os cuidados durante a amamentação
Para aliviar as dores nas costas tão comuns nos meses finais da gestação, pode-se fazer compressas de água morna nas costas da gestante ou lavar as suas costas com água quente durante o banho.
Cuidado apenas para não lavar os seios com a água quente, o que pode fazer com que o leite empedre e que as mamas fiquem doloridas.
Durante a amamentação, deve-se sempre procurar um assento confortável, com bom apoio para as costas e para os pés no chão. Assim, evita-se a formação de edemas e inchaços.
O uso de travesseiros e almofadas para apoiar o bebê evita que a mãe force as costas e os ombros durante o aleitamento.
O equívoco do “leite fraco”
Muitas mulheres não adotam a prática do aleitamento materno por acharem que o seu leite é fraco e que, consequentemente, a criança ficaria com fome e mal nutrida — principalmente ao verem que, nos primeiros dias após o parto, sai do peito um líquido claro e ralo.
Esse líquido se chama colostro e é de extrema importância para o bebê, pois é rico em anticorpos que a mãe transmite para a criança, ajudando-a a formar o seu sistema imunológico.
O bebê deve ser amamentado tantas vezes quantas desejar, e a mãe deve sentir o peito completamente murcho antes de dar a outra mama à criança. Isso porque o leite que se acumula no fundo do seio é mais rico em nutrientes, que fortalecerão a criança e lhe darão saciedade, enquanto o leite que fica na parte frontal da mama é mais rico em água.
Essa é, aliás, a razão pela qual a criança não necessita beber água nos primeiros meses de vida, apenas o leite materno.
É importante ter essas recomendações em mente, pois muitas mães reclamam que as suas crianças choram o tempo todo, que querem mamar a toda hora e que o seu leite é fraco. Na verdade, o leite não é fraco: apenas é digerido rapidamente, o que faz com que a criança queira mamar várias vezes ao dia.
Desde que não haja nenhuma contraindicação médica, toda mãe pode e deve amamentar o seu bebê — o qual não precisa de nenhum outro alimento até o 6º mês de vida, quando o pediatra deve orientar a introdução de outros alimentos.
O aleitamento materno solidário
Muitas mães, infelizmente, não conseguem amamentar os seus bebês por diversos motivos. Além de não participarem da experiência única da amamentação, que gera vínculos tão poderosos, essas mães se angustiam e se preocupam com a nutrição dos filhos.
Foi para atender à necessidade dessas famílias que, em 1943, foi criado o 1º banco de leite materno do Brasil. De lá para cá, já somamos mais de 200 bancos em todo território nacional, sendo a maior rede de bancos de leite humano de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
E, embora tenham coletado cerca de 185 mil litros de leite só em 2014, esse volume ainda é insuficiente para atender à demanda da rede, sobretudo durante os períodos de férias e de feriados prolongados, quando as doações caem em 50%.
Segundo cálculos da mesma organização, apenas 35% das crianças no Brasil se alimentam somente de leite materno nos primeiros 6 meses de vida. E mais: estudos indicam que a manutenção da amamentação até os 2 anos de idade pode salvar cerca de 1,5 milhão de crianças em todo o mundo.
O processo de doação de leite
Para que os bancos de leite humano continuem funcionando e possam estender a sua atuação a mais famílias, o aleitamento materno solidário é de grande importância.
Qualquer mãe que esteja amamentando, seja saudável e tenha leite sobrando pode se cadastrar como doadora. As doações podem ser feitas em casa ou nos próprios bancos.
É verdade que seria muito mais simples para as mamães em todo o Brasil apenas amamentarem os seus filhos e, em seguida, realizarem as outras tantas atividades envolvidas na rotina de quem tem um recém-nascido em casa. Mas, com apenas alguns minutos por dia, você pode fazer a diferença na vida de mães e de filhos perto de você.
Para se cadastrar, você pode procurar o banco mais próximo de sua casa, onde receberá todas as instruções para a coleta do leite. Via de regra, os bancos também disponibilizam o material necessário, como toucas, luvas e vidros esterilizados. A coleta é feita semanalmente em domicílio pelo corpo de bombeiros.
Outra grande fonte de informação são as comunidades virtuais que unem doadoras e beneficiadas em torno do aleitamento solidário.
Agora que você já conhece os impactos sociais e emocionais do aleitamento materno solidário, é hora de entrar em contato com o banco de leite mais próximo de você e começar a fazer a diferença na vida de outras mamães.
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