Depois de meses de espera, a hora do parto é um momento de muita emoção para toda a família que espera, com ansiedade, para fazer a visita ao bebê no hospital. É naquele segundo do nascimento que a mulher se torna definitivamente mãe e pode sentir o seu nenê no colo pela primeira vez. Para garantir toda a segurança neste momento, o Teste de Apgar é aplicado.

Mas você sabe o que ele significa? Entenda o que é e a importância desse teste para a saúde do bebê!

Qual é a história do teste de Apgar?

Criado pela médica anestesiologista norte-americana Virginia Apgar, o método é utilizado para avaliar as condições do bebê logo após o nascimento. Rotina nas maternidades de todo o mundo, ele avalia os parâmetros orgânicos do recém-nascido. Ele considera 5 fatores: o tônus muscular, a frequência cardíaca, a coloração da pele, a respiração e a prontidão reflexa.

O que significa cada um dos fatores?

Veja em tópicos:

  • Tônus muscular: é observada a movimentação do bebê, se ele tem reações motoras ou está mais “molinho”;
  • Frequência cardíaca: são averiguados os batimentos cardíacos, considerando se o ritmo está normal, acelerado ou bate abaixo do indicado;
  • Coloração da pele: analisa se o bebê está corado ou com a pele mais arroxeada;
  • Respiração: se ele tem boa capacidade para respirar sozinho ou apresenta dificuldades;
  • Prontidão reflexiva: aqui são vistos os seus reflexos, após o recém-nascido ser estimulado.

Qual é a necessidade de realizar o Teste de Apgar?

Ao analisar os 5 fatores, que são medidos no primeiro e no quinto minuto de vida, o médico dá notas de zero a dois, de forma individual, somando um total de 10 pontos. O resultado desta soma determinará a necessidade ou não do recém-nascido receber assistência médica imediata.

Na primeira avaliação, é observado como o bebê está após sair do útero. Após os 5 minutos, é possível determinar o estado real do recém-nascido, que já deve estar mais estável.

Por que o teste deve ser feito no bebê?

O Teste de Apgar já faz parte da rotina das maternidades. Ele é o melhor modelo para identificar se o bebê apresenta problemas respiratórios ou cardíacos após o parto.

É claro que se espera que todo nenê nasça com saúde e demonstre isso nos primeiros minutos de vida, com um choro bem forte. É isso que acontece na maioria dos nascimentos. Mas, caso o recém-nascido não esteja bem como o esperado, um diagnóstico e um tratamento precoce faz toda a diferença no processo de recuperação da criança.

O que a soma das notas mostra?

Vamos a um exemplo: quando o bebê nasce, é esperado que a cor da sua pele seja mais corada, o que confere nota dois no teste, ou seja a nota máxima. Caso as extremidades estejam arroxeadas, é preciso avaliar se a oxigenação está adequada e, com isso, a sua nota seria um, mostrando que requer atenção. Já quando o recém-nascido nasce com a coloração da pele escura e roxa, a nota é zero, o que caracteriza atenção imediata! Todos os outros fatores são também classificados dessa maneira.

A atuação do pediatra vai de acordo com a nota atribuída nas avaliações. Quanto mais próxima ou igual a 10 for a nota, mais saudável e com boa adaptação ao ambiente fora do útero está o bebê. Para esclarecer melhor, vamos aos indicativos:

  • Apgar entre 8 e 10: o bebê apresenta boa condição física e respira com tranquilidade;
  • Apgar entre 7 e 5: a respiração apresenta alguma dificuldade e é preciso auxílio de oxigênio e massagem;
  • Apgar entre 4 e 0: o bebê necessita de cuidados especiais e supervisão médica constante.

Como saber se o bebê foi bem avaliado?

A avaliação no primeiro minuto mede as respostas do bebê ao parto. Ele é repetido no minuto 5 para observar a sua adaptação à vida fora do útero. O pediatra que acompanha o parto, assim que observar os 5 fatores, dirá à mãe sobre as condições de saúde do seu recém-nascido, principalmente se ele necessitar de algum cuidado imediato.

Além disso, as notas obtidas durante a avaliação são registradas no “Cartão da Criança” e este registro é feito para que, mais tarde, se for necessário, seja permitido avaliar as condições do nascimento. Ainda na sala de parto, se você desejar, pode perguntar ao médico sobre o resultado.

Mesmo que a primeira avaliação não tenha sido muito alta, não entre em pânico! A segunda observação costuma apresentar uma pontuação maior já que o bebê tende a se recuperar rápido do estresse do parto.

Existe algum fator que interfere no resultado do teste?

O médico sempre avalia as condições na hora do nascimento de acordo com as circunstâncias do parto. Bebês que nascem por cesariana tendem a apresentar gestos mais “preguiçosos”, por causa da analgesia. Embora os medicamentos que compõem a anestesia sejam absolutamente seguros. Também é esperado que prematuros, partos de grávidas de alto risco ou bebês que passaram do prazo para nascer também tenham uma menor avaliação no primeiro momento.

Todos estes casos são sempre vistos levando-se em conta as suas particularidades. Por isso, confie no conhecimento do seu pediatra.

O Teste de Apgar serve para diagnosticar problemas futuros?

Não. A sua importância está na capacidade de medir, com rapidez e precisão, a saúde da criança em seus primeiros momentos fora do útero.

Caso o bebê não tenha uma melhora significativa até a segunda avaliação, ele continua a ser observado e novos exames e intervenções podem ser solicitados. Se após a realização de novos procedimentos nada realmente significativo for encontrado, o indicado é que seja feito apenas um controle detalhado nos primeiros meses. Incluindo avaliações neurológicas, mas sempre feitas com a indicação do pediatra.

Mesmo para as crianças que receberam boas notas após o nascimento, manter consultas regulares é essencial para que elas cresçam com saúde e os pais sejam orientados sobre tudo o que for preciso para que o seu desenvolvimento seja satisfatório. Por isso, em qualquer situação, nunca se esqueça da importância do acompanhamento mensal.